quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Manto

Sempre fui flamenguista doente. A diferença é que hoje sou doente, quando era pequeno, era doentinho (horrível essa...). Lembro da primeira vez que fui ao Maracanã ver o super Flamengo jogar. Devia ter uns 8 anos, talvez menos. Fui ver Flamengo e Vitória no setor das cadeiras. O jogo foi um 2 x 2 mais ou menos, minha mãe cochilou boa parte do jogo e eu só ouvia a arquibancada gritando bem longe de mim, ou seja, foi horrível. Mas é isso aí, ser flamenguista é aprender a sofrer também.

O segundo jogo (que eu considero como primeiro), foi alguns meses depois. Flamengo x Inter. Agora sim, nas arquibancadas, na "carcunda" do meu pai, 1 x 0 Mengão, gol do Renato Gaúcho! A emoção foi muita. Legal pensar que meu fanatismo talvez tenha começado nesse dia. Mas estou perdendo o foco. Gostaria de contar-lhe uma história de minha vida.

Quanto tinha 9 anos, ganhei uma blusa oficial do Flamengo. 2º uniforme (branco com uma listra rubro-negra), número 11 - Romário, lógico. A alegria da minha vida era aquela blusa. Lembro que quando fui guardar pela primeira vez meu pai me ensinou "a forma de se dobrar o manto-sagrado", hoje vejo que ele inventou aquilo naquela hora de bobeira, mas desde aquele dia eu só dobrava a blusa daquele jeito, deixando o escudo do Flamengo pra cima.

No meu aniversário de 10 anos, falei pro coroa o que eu queria: ir no treino do Flamengo na Gávea e pegar os autógrafos dos jogadores! E assim foi, no dia 23 de outubro, fui lá. Depois das atividades, esperei pacientemente a saída dos jogadores e peguei autógrafos de vários deles, inclusive Julio Cesar, Iranildo, Fábio Baiano e, claro, do baixinho Romário.

Pronto! O que mais um carioquinha rubro-negro quer da vida além de uma camisa do Flamengo autografada por seus ídolos? A blusa virou um troféu! Só usava de vez em quando pra ir nos jogos, e no resto do tempo deixava-a pendurada no armário, na esperança de não desgastar o pano e conservar aquele tesouro durante toda a minha vida!

Pois um dia a blusa sumiu. Desesperei. Procurei no meu armário e não estava. Inspecionei então todo o ciclo das roupas dentro de casa. Cesto de roupa suja, varal, cesto para passar, armário do meu irmão, do meu pai... nada. A aflição me consumia. Liguei pra minha mãe e perguntei da blusa:

- Mãe, onde está minha blusa do Flamengo?
- Que blusa...?
- A do Flamengo mãe! A única blusa do Flamengo que eu tenho!
- Ah meu filho, eu dei aquela blusa...
[Para tudo!]
- Que? Como assim!?
- Ué, você ainda queria aquela blusa!?
- Como assim "eu queria"!? Lógico! É minha blusa!!!
- Jônatas, aquela camisa tava toda rabiscada, toda suja! Pensei que era pra dar...
- Rabiscada!? Eram os autógrafos dos jogadores mãe!
- Autógrafos?
- Do Romário mãe...
- Ih, meu filho...

É, chora na cama que é lugar quente. Lá se foi o manto. Nunca me recuperei plenamente desse episódio. Hoje tenho 2 blusas do Mengásso, uma delas é autografada pelo Petkovic. Nem preciso falar, né? Mantenho bem longe da minha mãe.
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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Caixinha

O Natal chegou. O nascimento do menino super Jesus originou o dia mais expressivo do ano, socialmente falando. Talvez só perdendo pra virada, né? Sei lá... Natal é definitivamente uma ocasião esquisita. Esquisita e cheia de esquisitices. Mas pra mim, uma coisa é especialmente estranha nessa época tão especial.

Não estou falando de toda a decoração com pinheiros, neve, papai Noel, e gorrinhos vermelhos. Até porque, já me convenci que isso tudo tem muito a ver com o Brasil. Aliás, tem cena mais coerente e pertinente do que o Noel descendo por uma chaminé (dessas que todas as casas no Brasil tem), com aquelas roupas pesadas e aquela barba comprida numa noite do verão carioca com 30º à noite? Tirando o fato que o bom velhinho possivelmente infartaria, faz todo o sentido.

Nem estou falando do amigo-oculto. A brincadeira é legal, mas alguém pode me dizer porque diabos só a fazemos no Natal? O que tem a ver uma coisa com a outra?
Estou falando da caixinha. A "caixinha de Natal"! Você sabe o que ela é, né? Quantas vezes nos últimos dias te pediram um trocadinho ou não te devolveram o troco, te constrangendo a desembolsar $2 ou $3, simplesmente pelo pseudo-benigno "espírito natalino"? Já perdi a conta de quantas vezes aconteceu comigo, e o mais triste: já perdi a conta de quanto gastei com isso.

Porque a parada tá de um jeito que se você não dá, você é o pão-duro da história! Esse negócio de caixinha de Natal, se eu não me engano, começou com pessoas que não tinham trabalhos de carteira assinada e por isso pediam uma força pro final do ano: mais do que justo! Mas agora não, agora é todo mundo! O lixeiro, o trocador do ônibus, o carteiro, a caixa do supermercado, o Lula! Todo mundo pede caixinha de natal!

Então quer dizer que o cara ganha o salário dele, ganha o 13º, tira férias, e ainda ganha o dinheiro dos otários que dão uma graninha pra ele porque, sabe como é né, "Natal é época de fazer o bem, não importa a quem"! Eu vou é fazer a minha caixinha de natal! Meu motivo é mais do que justo. Sabe qual é? Minha caixinha é totalmente destinada a tirar o prejuízo que 2.283 caixinhas me causaram.
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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Cigarro

Hoje fui comprar umas paradas no mercadinho ao lado do meu trabalho e enquanto aguardava na fila do caixa, me deparei com mais uma propaganda do Ministério da Sáude advertindo o consumo de cigarros. Na hora pensei "será que alguém ainda é informado por essas propagandas? Alguém ainda não entendeu que cigarro faz mal?"

Quando era pequeno, passavam uns comerciais maneríssimos de cigarro. Caubóis cavalgando por riachos, ou em desertos, laçando touros fortes e tal. Após uma série de cenas iradas com o pôr do sol ao fundo, o caubói-mór tragava um Malboro (ou seria Free? tanto faz...) e bufava a fumaça, cheio de estilo e satisfação. O engraçado é que logo depois do comercial, aparecia uma mensagensinha dizendo "o cigarro faz mal à saúde", como se algum chato quisésse desmentir todo o mito do caubói! Tipo alguém dizendo "não é bem assim..."

Um tempo depois, esses comerciais foram banidos de vez da tv e tudo o que vemos hoje são advertências ao tabagismo. Outdoors, propagandas na tv, no rádio, revista, e em qualquer parede de qualquer estabelecimento comercial podemos ver várias formas de se dizer que fumar faz mal à saúde:

"Fumar causa câncer no pulmão."
"Fumar causa aborto espontâneo."
"Fumar causa câncer de boca e perda dos dentes."
"Crianças que convivem com fumantes tem mais asma, pneumonia, sinusite e alergia."
"Ao fumar, você inala arsênico e naftalina, também usados contra ratos e baratas."
"Fumar causa partos prematuros e nascimento de crianças abaixo do peso normal."
"Fumar causa impotência sexual."
"etc, etc, etc..."

Pô, fumante não é cego, nem surdo, nem bur... deixa pra lá! Se eu fosse ministro da saúde, os maços de cigarro viriam com um simples "cigarro mata" e pronto! Não tem que explicar muito não, já tá dito. Afinal, quem não sabe que cigarro faz mal? Não é nem uma questão de propaganda, todo mundo conhece alguém que perdeu a vida ou tá sofrendo um bocado por causa do fumacê! Até o caubói que eu falei já morreu por causa do Malboro (ou seria Free? tanto faz...)!

Fico pensando, com tanta coisa pra se fazer no mundo, por que o sujeito escolhe fumar? Existem 2.794.221 coisas que um ser humano pode fazer de bobeira. Dessas, 349 são ilegais, é verdade, mas outras 279.793.872 estão aí pra serem feitas, é só fazer! Por que escolher uma que faz mal ao seu corpo? Enfim, não vou nem adiante nesse papo porque já se tornou clichê demais!

Tão clichê que eu já mudei meu slogan. Se eu fosse o ministro da sáude, seria assim:
"O Ministério da Saúde já deu o papo, agora é contigo mermo!"
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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Beautiful


Eu e a namorada fomos na casa de uma família de amigos nossos. Numa terça à noite, 6 pessoas boas de papo destaram a falar, a ponto de eu olhar pro relógio desavisadamente e ver que de repente são 22h! "Nossa, estamos aqui já há quase 3 horas conversando!" e não para por aí. Quando deu 0h, foi como se os sinos da meia-noite tocassem para a Cinderela! "Agora é sério, temos que sair daqui!" E metemos o pé.

A casa de Ricardo e Helô é meio longe da minha, de forma que depois de colocar minha amada dentro de seu ônibus e pegar o meu no sentido contrário e percorrer uma viagenzinha de +/- 20 minutos, já era quase 1h da manhã quando desci na esquina da Rua Cachambi (http://maps.google.com) para andar até minha casa.

Se tratando da madrugada e se tratando do Rio de Janeiro, andar é sempre um momento delicado, certo? Pois então, mais ainda se você percebe que logo atrás de você anda, na mesma velocidade de seus passos, um cara de andar malandro, boné escondendo o rosto e mochila virada pra frente. Os mais escandalosos andariam mais rápido, mas preferi ficar na espreita.

A vida é mesmo um sequência de acontecimentos loucos. Fora o Senhor, Criador dos céus e da terra, ninguém pode entender o sentido do mundo, porque são momentos como esses que narro agora que fazem valer a máxima: "a vida é uma caixinha de surpresa" (ou seria "o futebol"? whatever...).

De rabo de olho, vi que meu estereotipado assaltante se movimentou suspeitamente, pegando algo em sua mochila, de modo que me preparei, ou pra correr, ou pra entregar tudo (mais possivelmente a segunda hipótese), quando percebi, bruscamente, algo engraçado...

"You are so beautiful to me... You are so beautiful to me... can't you see..." Joe Cocker cantou o clássico romântico, que no silêncio da Rua Cachambi, às 1h07 da manhã, ecoou com imponência. O clima de suspense se dissipou, transformando a situação num momento de leveza musical, e por que não dizer, romance. Vou te falar que se o cara me chamasse pra dançar coladinho, não sei o que responderia.

Vai entender... Esse negócio de julgar o livro pela capa é complicado.
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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Surf


Ontem fui pra praia pra pegar onda. Não sou surfista, não ainda. Desde moleque, quando assisti pela primeira vez Surf Adventures, tenho vontade de aprender a pegar onda. Na época, porém, era muito complicado para aprender. Não morava perto da praia, não tinha prancha, não tinha nada, só vontade, então fiquei só no jacaré mesmo (e me tornei profissa em jaca).

Mas pra você ver como eu tenho vontade mesmo de pegar onda, esse desejo não morreu. Aos 18 anos, comprei uma prancha e fui pra praia, mas tomei uma surra do mar (não arrumei nada). O dificil não é descer a onda em pé na prancha, sabia? Dificil mesmo é entrar no mar, remar que nem um cachorro, furar a arrebentação, enfim, tem muitas coisas complicadas pra se fazer além de ficar em pé.

Ontem fui na praia. Dessa vez, tudo será diferente! Estou decidido a levar essa parada a sério agora. Amanhã vou pra praia de novo e vou pra praia mil vezes até dropar na onda e ver a areia da praia por cima da água. Bem, tomara que não precise ir mil vezes na praia pra isso.

No primeiro dia do meu processo de virar um surfista, vou ser sincero, tomei outra surra do mar. Mas é isso aí, se você não é perseverante, você nunca vai conseguir. Ontem pelo menos aprendi os termos básicos pra conseguir me comunicar com os outros surfistas, um linguajar repleto de gírias. Tem que ver...

Além da língua surfista, remei loucamente pra lá e pra cá durante umas 2h (haja tríceps) e o mais intrigante: sentar na prancha, muito dificil por sinal. Sentar na prancha é importante por dois motivos simples: é a única maneira eficiente de descansar quando se está dentro d'água e é umas das paradas mais estilosas no surf.
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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Pelada


Gol do Messi aos 46 do segundo tempo é duro de aturar! Poderia ser aos 27 do primeiro tempo, poderia ser de outro jogador, poderia ser o gol de honra deles numa goleada de 5 x 1 pro Brasil! Poderia até ser 2 x 0 Argentina, seria menos mal, porque 1 x 0 os hermanos com um gol do Camisa 10 nos acrécimos dá vontade de morrer. "Morrer" mesmo, sem exageros! Futebol mexe com os sentimentos da gente.

Mexe mesmo (não? com os meus mexe...). Torcer só não é melhor do que jogar! Ontem fui jogar bola no Aterro do Flamengo, o maior complexo esportivo público do Rio! Com suas quadras e campinhos, o Aterro arrebanha multidões até numa noite despretenciosa de quinta-feira. A galera da minha turma na Uerj e mais alguns convidados suamos a camisa batendo a famosa pelada. Anotei 4 gols. Tô em busca da marca do Romário, será que eu chego lá? Fazer um gol é uma sensação única! Felicidade pura, êxtase!
Mas pelada é fogo! Do nada os marmanjos começam a chegar, saindo de todos os lugares, tipo uma geração espontânea, com a mesma pergunta na ponta da língua: "Tem de fora?" Comigo não tem cerimônia, já falo logo: "Tem de fora não irmão.. Tá completo aqui".

Teve um moleque que foi entrando na quadra sem pedir pra ninguém depois que meu time fez o 3º gol (é que as partidas costumam ser de 3). Eu cheguei pra ele já mandando o papo reto, falando que não ia rolar de ele jogar. O maluco virou pra mim e disse:
- Tá tranquio irmão! Joga aí! É até bom que eu vou ali fumar meu baseado...
- Vai lá irmão... - o que mais eu poderia responder?

No aterro é assim, não tem juiz nem bandeirinha, só peladeiro. Nós temos que nos entender, porque se não nos entendermos, já era. Por isso que de vez em quando sai uns fights do nada! De repente, você percebe que na quadra do lado tem dois caras rolando no chão. É engraçado... mas a parada é séria. Como eu disse, futebol mexe com os sentimentos da gente.

E pra continuar nesse sentimentalismo futebolístico, amanhã vou ver o Flamengo no Engenhão. O time não vem jogando nada nesse ano e ao que tudo indica, amanhã também não vai jogar nada. Não vale a pena pagar pra ir ver esse time jogar, mas é isso que eu vou fazer, por que? Porque futebol mexe com os sentimentos da gente...
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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Caos


Minha mãe viajou. Terça-feira ela se foi e só volta no domingo. 5 dias sem mãe, sem comando, sem "a mulher da casa", largando 3 homens à deriva, à sua própria natureza e seus instintos rústicos. Pois bem, largue três marmanjos dentro de uma casa e diga: "Vivam". Eu te digo o que estamos fazendo: "Caos".

Hoje vejo, mais do que nunca, que minha mãe é a portadora da sabedoria. Dentro de sua mente há a chave para o bom convívio, a sobrevivência harmoniosa e a sensatez da vida. A ausência feminina na casa traz um ar de anarquia assustador. É impressionante o que pode acontecer quando você tira algo do lugar e ninguém o põe de volta!

A Graça, não a de Deus, mas a faxineira, nos salvou na quinta-feira. Abasteceu a geladeira e tornou a casa um ambiente habitável novamente, mas foi só ela sair que os ares da anarquia voltaram, fortes como nunca. A sala, pelo mínimo de bom senso que temos, continua um lugar limpo e respeitoso, mas os quartos... Cada um com o seu, cada um pior do que o outro!

Mas a maior amostra de que nós, homens, dependemos das mulheres pra sobreviver, está na cozinha. O lugar fundamental, de onde vem o alimento, os víveres, o combustível para a saúde e a vida. Posso te dizer que se minha mãe ligasse dizendo que sua volta foi adiada para 3 dias além do previsto, ia pegar meu dinheirinho e me encaminhar para um hotel.

Mamãe, volte logo, pois só você pode nos livrar de nós mesmos. Da nossa natureza baderneira, inconsequente e decaída. Venha regar as plantas, colocar o controle remoto no braço do sofá e dizer "vá guardar esse tênis", porque sem isso, caos.
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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Tudo isso...


Uma das crônicas que mais gostei de escrever nesse ano, desde que criei o tacmgtacomdeus (1 ano! Preciso escrever sobre esse aniversário!), foi uma que falei da Tijuca, o bairro labiríntico onde mora o temível Minotauro, sempre a pronto pra capturar aqueles que se perdem por lá.

Pois tem outro bairro que também tem uma particularidade digna de papo furado: Jacarepaguá (jpa). E sabe que particularidade é essa? Sua gigantêstica extensão! Não sei se você conhece essa terrinha chamada Jacarepaguá, mas esse bairro deveria ser um município, isso sim! Pois é maior do que todo o resto do Rio de Janeiro! Na verdade, o bairro de jpa é maior do que o Estado da Bahia! Se você tem um mapa por perto, dê uma olhada.

Rio das Pedras, Itanhangá, Gardênia Azul, Anil, Jardim Clarisse, Freguesia, Tanque, Cidade de Deus, Pechincha, Taquara, Merck, Curicica, Camorim, Autódromo, Covanca, Riocentro, Vargem Pequena, Vargem Grande, Boiúna, Pau da Fome, Mato Alto, Praça Seca, Campinho. Todos esses nomes são sub-bairros que ficam dentro de jpa. E ainda tem mais uns lugares que eu não conheço. Porque tem isso, ninguém conhece Jacarepaguá por inteiro. Há quem acha que conheça, mas se engana, porque esse bairro é que nem o reino que o Mufasa mostra pro Simba de cima da Pedra do Rei. Há lugares em que o sol não toca, pouco habitados e por isso pouco conhecidos, mas lá, até lá, é parte de jpa!

Já ouviu aquele papo sobre a a extinta União Soviética (URSS), que se dizia "a terra onde o sol nunca se põe", porque quando estava escurecendo à oeste, já estava amanhecendo à leste, tamanha suas dimensões? Pois então, em jpa é quase por aí. Se você pegar um avião no Aeroporto de Jacarepaguá (lógico que tem um aeroporto lá né! Muitos usam esse meio de transporte pra visitar essas bandas), você vai sobrevoar o bairro durante umas 4h antes de sair dele e chegar a Madureira, Barra da Tijuca, Recreio, Sulacap ou outros bairros que cercam as infindáveis fronteiras de 'waligator to the water'.

Nós, nativos desse grande império, falamos com relativa tranquilidade sobre o nosso colossal bairro, mas os estranhos costumam ficar impressionados. Normal. É tipo torcida do Flamengo, dinheiro do Eike Batista, população da China, é coisa demais pra cabeça da maioria das pessoas, meio que não cabe assim de primeira, tem que se acostumar com a idéia, né? ok. Take yout time, e depois faça uma visita ao Reino Infinito das Superdistâncias Absurdas de Jacarepaguá! Mas só por garantia, leve grana pro avião, talvez você vá precisar pra voltar pra casa.
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domingo, 7 de novembro de 2010

Negociação*


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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Sessão da Tarde

Citando o Rei: "Eu voltei, agora pra ficar, porque aqui, aqui é o meu lugar..." De volta ao blógui!
Fato; brasileiro se guia cronologicamente pela programação da Globo.
-Que horas são?
-Já tá na hora do Globo Esporte... 13h mais ou menos

Ou então:
- A gente tá atrasado!
- Tamo nada! Ainda tá passando a novela das 7! Relaxa aí..!

E não preciso nem dizer que todos nós sabemos a programação de cór. Eu nem assisto mais globo (na verdade, mal assisto tv), mas sei que depois do Jornal Hoje vem o Vídeo Show e que na noite de terça é Casseta & Planeta e quinta a Grande Família. Não tem jeito, somos todos "globeiros", não há como fugir.

Não sei você, mas existem algumas programações da Globo que me remetem a sensações bem específicas, como por exemplo almoçar em família no domingo, bater uma taça de sorvete e depois se esparramar no sofá assistindo à Temperatura Máxima, lutando contra o sono da siesta. Filmes como "Duro de Matar", "Máquina Mortífera" ou "Um Tira da Pesada", clássicos! Quem não sabe o que é se preparar emocionalmente pra, às 21h45 de quarta-feira, estar de frente pra tv e assistir ao time do coração!? Ou quem não sabe o que é perder o sono e assistir ao Jô, mesmo com algumas entrevistas sem noção como um médico especialista em panturrilhas, sei lá!? Ou então acordar bem cedinho pra ver o Telecurso 2000!? Ok, ninguém vê essa budega...

Esse papo furado todo é porque ontem fui assaltado por um sentimento surpreendente! Depois de alguma relutância, aceitei a ideia de que nunca mais verei Sessão da Tarde! Eu, que comecei a estagiar em 2008, depois arrumei outro estágio (que estou agora), e que já contemplo o final da faculdade e o tão temido mercado de trabalho, vejo que provavelmente nunca mais estarei em casa numa terça à tarde sem nada pra fazer, liguarei a tv e assistirei "Deby e Lóide", "Crocodilo Dante" ou "Rocky, o Lutador" a tôa.

Essa sensação foi muito ruim. Poucas vezes me senti tão mal por envelhecer. Houve um tempo em que eu só estudava de manhã (na escola do outro lado da rua, diga-se de passagem) e fazia um curso de inglês às terças e quintas, e ainda reclamava da vida! Eu era feliz e não sabia. Podia ter assistido mais Sessão da Tarde, não pelos filmes serem bons, mas simplesmente por poder assistir à Sessão da Tarde, viver essa experiência tão rica e gratificante!

O saudosismo me assalta. São 14h27 agora e me pergunto: que filme vai passar às 16h, depois do Vale a Pena Ver de Novo? Quero assistir ao "Falcão" e seu drama para reconquistar a confiança de seu filho! Assistir "Esqueceram de Mim" e os tombos mil dos assaltantes sendo pegos nas armadilhas domiciliares do menino Kevin! Quero rever a Whoopi Glover ensaiando o coral de freiras enquanto se refugia no convento na supertrama "Mudança de Hábito"! Acho que you know what I mean... eu quero a Sessão da Tarde.

Não resisti, tive que lançar um top10 de imagens. Quem nasceu na década de 80, chora... rs Destaque para a foto do Falcão boladão!





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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Nada...


Coitado do bloguinho... abandonado! Mas tá tranquilo, é por pouco tempo! Amanhã (ou depois de amanhã, quem sabe semana que vem) posto algo bem inútil aqui, como de costume!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

04h34


04h34 da manhã eu acordei sem conseguir respirar direito. São 05h12 agora e desisti de voltar a dormir. Impressionante o poder que um nariz entupido tem. Me irritou o dia de ontem inteiro, me castigou pra eu conseguir dormir, e 4h depois já me acordou. Mas o que mais me aflige é a maldita coriza (aquela lágrima que escorre dos olhos sem você querer e de tanto você secar, fica com os olhos ardidos)! Namoral, eu não sei ficar doente, perco logo o saco.

Comigo não tem palhaçadinha, ao sinal do primeiro espirro, já pego o remédio e tomo 2 comprimidos logo pra não ter erro! Não tem essa de esperar pra ver se o corpo reage. O homem evoluiu e inventou os remédios, e eu admiro isso. Tosse? Dor de cabeça? Nariz entupido? Passa essa química pra cá... O problema é que acabaram os remédios pra coriza aqui em casa. De tanto eu tomar, por sinal.

Eu sempre penso a mesma coisa quando fico doente: "Só no meio desses perrengues é que dá pra ter noção do quão bom é estar saudável". Eu sei que parece um pensamento ridículamente óbvio, mas é porque você que lê esse texto provavelmente não está doente. Uma vez eu torci o tornozelo, engessei por 15 dias e arranquei o gesso no quarto dia. Não me arrependo, afinal, se eu quisesse viver preso, cometeria um crime, bota de gesso é sacanagem! Pois bem, depois que arranquei a parada, fiquei com o tornozelo doendo mais ou menos uns 6 meses. Você não imagina o que é mancar durante 3 meses e conviver com uma "dorzinha" 24h por dia por mais 3.

Bem, estou claramente divagando. Quer saber? Vou tentar dormir. Partiu.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Delivery?

- Evandro's. Boa noite
- Boa noite, eu quero pedir uma pizza...
- Qual o sabor?
- Quero uma gigante, metade calabresa, metade portuguesa. Mas antes eu queria saber se vocês aceitam Sodexo VR
- Olha rapaz, até mês passado eu aceitava, mas o Sodexo cobra uma taxa muito grande, entendeu? Aí agora a gente não tá aceitando mais não.
- Entendi...
- Pra falar a verdade, eu tô até estudando a hipótese de voltar a aceitar porque se por um lado a gente economiza na taxa, por outro, a gente perde clientela, né? Hoje mesmo, você já é a segunda pessoa que liga perguntando se nós aceitamos.
- ahan...
- Mas é difícil. Manter um estabelecimento comercial é difícil; restaurante então, é mais complicado ainda! Você não tem idéia! E não é só Sodexo não! Tem RedeShop, Visa, Master Card, Visa Eletron, VR, isso tudo é gasto, sabe?
- Sim, mas...
- A gente deve voltar a aceitar em breve, fique tranquilo. Da próxima vez que você ligar, a gente já deve estar aceitando de novo. No fundo, eu sei que não dá pra cortar esse serviço porque é muita gente que usa Sodexo.
- Então eu...
- Só dá raiva de ter que pagar uma taxa tão alta, sabe? Os caras aumentam e não te dão nem satisfação! Mas sabe o que é isso? Eles não tem nada a perder, quem perde é sempre o estabelecimento. Aí eu me revolto e decido não pagar, mas sempre acabo voltando atrás.
- ...
- Bom era o tempo em que não tinha essas coisas. As pessoas vinham e compravam com dinheiro e pronto. Bom era aquele tempo! Não tinha nada disso de cartão de conveniência, cartão de crédito, nada! Só tinha o dinheiro. O cliente pagava ali na hora!, ou comprava fiado né..? Eu era enrolado às vezes com isso, entendeu? Mas nem se compara à grana que eu perco hoje em dia com essas taxas absurdas!
- Tá bom, boa noi...
- É o que eu sempre falo pras minhas filhas "esse mundo de tecnologia, de convêniencia, de velocidade aí, parece ser muito bom, mas as coisas simples da vida estão cada vez mais raras"! Hoje em dia o cliente te trata como se você fosse um empregado! Antigamente não, antigamente meus clientes chegavam e me chamavam pelo nome, perguntavam como estava minha esposa (que Deus a tenha)! Hoje não... Eles nem sabem quem eu sou! Só querem ser servidos rápido e ir pra casa. Isso me deixa triste, sabia?
- Valeu amigo! Eu preciso...
- Às vezes eu tenho vontade de largar o restaurante e arrumar outra coisa pra fazer. Passar o ponto, sabe? É muita apurrinhação, amigo! Você acha que cachaça é água? Ram, não é fácil não! E ainda tem essas taxas...
- [tu-tu-tu-tu...]
- Alô? Alô...

Eu aumento, mas não invento. No final das contas, jantei miojo.
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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Stand Up


Stand up comedy é um tipo de comédia típico da cultura americana, onde o comediante não se caracteriza, nem incorpora personagem algum, mas diverte a platéia através de um "desabafo" sobre percepções suas em relação ao cotidiano. Esse tipo de comédia já faz sucesso na América do Norte há muito tempo, mas parece ter encontrado público cativo aqui no Brasil nos últimos anos. Alguns dizem que vai passar, porque é modinha. Eu já acho que não vai passar, mas é modinha mesmo. Pra mim, o stand up comedy (ou, "comédia em pé") se transformou num tipo de comunicação que o público brasileiro aprendeu a entender e isso não se perde nunca mais, mas uma coisa não há como negar: tá muito modinha essa parada! Todo mundo faz stand up!

Isso é preocupante, sabia? Outro dia recebi um RT do Serginho Malandro convidando pro novo show dele de stand up! Putz! glu-glu ié-ié!? Tá de sacanagem! Todos os repórteres do CQC de repente começaram a fazer, qualquer comediante da Globo, ou minimamente conhecido, ou qualquer pessoa com fama de ser "engraçadinha" tá virando ator de stand up! Se você pesquisar no youtube, pode perder horas e horas assistindo a shows desse tipo, e todos brasileiros e recentes. A parada tá frenética!

Como disse, isso é preocupante. A comédia em pé é feita, basicamente, do comdeiante, do assunto e do público. E entre esses três, eu me preocupo mesmo é com o assunto! Porque a comédia estilo "cara limpa", como também é chamada, tem a particularidade de ser feita com assuntos corriqueiros do cotidiano. Não são piadas prontas, mas piadas de identificação, que só tem graça quando o público entende o que o cara está falando, por menos sentido que aquilo faça ao pé-da-letra. O problema é que é tanta gente fazendo stand up hoje em dia, que às vezes eu tenho a impressão que os assuntos vão acabar daqui a pouco!

Vou te falar que já ouvi textos sobre tudo. Não saberia dizer um tema sequer que ainda não tenha ouvido sendo abordado em textos de stand up! Se continuar assim, daqui a uns 2 anos no máximo, os assuntos pras piadas entrarão em extinção. É o mesmo raciocínio da sustentabilidade do planeta. O mundo naturalmente gera conteúdo pra piadas: fatos, boatos, tendências, enfim; mas a raça humana (de comediantes) deve usar esses recursos com inteligência, pois se for com muita sede ao pote, quem vai pagar o pato são as próximas gerações (que ficarão sem assunto pra piadas)!

Tô com a idéia de criar uma ONG pra se dedicar somente a isso. Temos que alcançar um procedimento auto-sustentável com as piadas. São muitas pessoas atrás delas, de modo que precisamos fazer uma peneira e credenciar os comediantes autorizados a satirizar os assuntos atuais e cotidianos do Brasil. O stand up é legal, mas se todos fizerem da forma que está acontecendo, já era. O nome da ONG será Viva Riso e com certeza terei muito trabalho!

ps: O Viva Riso não vai combater o extrapolamento da comédia através de blogs, porque pelo nível que os textos aqui estão alcançando, esse tacmgtacomdeus ia rodar...
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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Assalto



Saí da Uerj no horário padrão: 22h. Depois de ficar de papo na faculdade e pegar o ônibus, devia marcar por volta das 22h40 quando finalmente subia minha rua depois de um dia rotineiramente cheio. Escutava música no celular, de modo que minha audição em relação ao ambiente em que caminhava era muito limitada. Por isso mesmo não escutei quando ele falou, percebi que era um assalto só pela movimentação.

Devia ter uns 16 anos no máximo, mas chegou com personalidade, andando rente ao muro, de boné, camisa branca, mochila nas costas e volume na cintura: "Perdeu, fica quietinho e passa tudo". Falava baixo, talvez querendo me levar a falar baixo também, e falava com um sotaque carregado de malandragem. Escutei muito mal essa primeira abordagem, pois como disse, estava ouvindo música. Tirei então os fones do ouvido. Ele, percebendo que só agora o escutava bem, repetiu impacientemente: "Passa tudo, perdeu playboy, fica quietinho".

Pode parecer que frieza da minha parte, mas não foi. Sempre fui mais frouxo que zaga do botafogo. Minha primeira reação tem mais haver com esses reflexos sem explicação que temos em momentos de tensa adrenalina. Não entreguei nada. A única coisa que vinha a minha mente era: "Até agora não vi arma nenhuma." O garoto era alto, mas magricelo e se tivesse que brigar a socos com ele, não que eu seja o Rock Balboa, mas acho que levaria a melhor. Fiquei a espera de um "motivo" real para que eu entregasse minhas coisas, e acho que ele entendeu, pois logo levantou a blusa e mostrou a arma posta grosseiramente na cintura da bermuda.

Na hora em que bati o olho percebi que era de plástico. Era um brilho fosco, daqueles plásticos ocos de brinquedos infantis. Não sou especialista em armas e a calçada da minha rua estava, como sempre, escura, mas tive muita certeza, não sei porque! Outra vez parecerá coragem, mas o nervosismo concentrado me levou a falar pro moleque: "Pô sangue-bom, tu vai me roubar com essa arma de brinquedo aí?" Ele pareceu desconcertado. Mais tarde eu pensei que se tivesse sido abordado por alguém sob o efeito de drogas, talvez essa minha fala seria o suficiente pra tomar um tiro na cara, mas ele não estava drogado. E mais, sua reação me soou como a certeza de que se tratava de um brinquedo mesmo:

"Que brinquedo o que rapá! Que brinquedo o que!" - dizia agressivamente, enquanto virava de lado, impedindo que eu olhasse diretamente para a arma. Estávamos ali parados há 15 segundos, talvez menos, e pela primeira vez falei algo pensado. O pico do nervosismo tinha passado e concientemente o repreendi "Tá de sacanagem né..!" Ele me olhava atentamente, e eu também o olhava. Uns 3 longos segundos se passaram congelados antes que o último movimento brusco terminasse surpreendentemente a história.

Ele correu! Bateu em retirada como se eu o estivesse assaltando! Quando o vi correndo, ri, não saberia dizer se era nervosismo ou por perceber na hora que a história era cômica. Quando cheguei em casa minhas pernas tremiam. Quando contei pra minha mãe, quase apanhei. "Você nunca mais faça isso!" ela disse pra mim. Já fui assaltado 3 vezes nesse Rio de Janeiro, e definitivamente esse foi o assalto mais legal que "sofri".
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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

ReVeRT


O tempo hoje ta passando devagar. Já fiz o que tinha que fazer no meu trabalho e agora, nada. A prova disso é que estou escrevendo no blógui. Pra você que acha que o tempo passa em velocidade constante, aí vai uma dica: não acredite em tudo o que te dizem. Segunda dica: não acredite no seu relógio também. Esse negócio de 1 hora ter 60' e 1' ter 60'' é a maior cascata da história!

A velocidade do tempo definitivamente passa de forma relacionada às circunstâncias em que estamos inseridos. O tempo tem vida própria, é inteligente, e tem um ótimo senso de humor, ou seja, ele gosta de te sacanear! É isso mesmo, o tempo é sarcástico e faz questão de correr quando você quer dormir mais um pouquinho, ou se arrastar quando você está na fila no banco. Vou te explicar como entender essa parada. O sistema é de medição, não compreensão, e foi inventado por mim mesmo há um tempo atrás, eu o chamo de Relação de Velocidade Relativa Temporal [ReVeRT].

É muito simples. Hoje, por exemplo, aqui no trabalho o tempo está passando devagar. Devagarzinho, na verdade, nem tanto. Numa relação de 3 pra 1, ou seja, olho pro canto do computador e está marcando 15:34. Depois de 3 minutos olho pro mesmo relógio e está marcando 15:35, entendeu? A cada 3 minutos, passa 1.

Alguém dirá "Ah, é coisa da sua cabeça...". Não entre nessa de acreditar que é coisa da sua cabeça! Lembre-se do Neo, se não fosse o Morpheus, o Neo teria vivido a vida toda acreditando que "era coisa da cabeça dele" e nunca teria acordado da Matrix, descoberto que era o escolhido, desenvolvido seus poderes e libertado Zion dos andróides!, entendeu? É importante acreditar na sua intuição!

Vai falar que nunca aconteceu de você estar fazendo algo superlegal e de repente VLAU cabou, o tempo passou! O tempo também corre. Chamo de ReVeRT contrário. Na forma de 3 x 1 a cada minuto, passam 3! Você sabe né, às vezes o tempo passa rápido demais também, mas o mais comum é sentirmos a lentidão. Os melhores exemplos de ReVeRT é na lerdeza dos ponteiros. E foi em uma dessas situações que eu descobri esse universo. Já faz alguns anos, quando estava na 2ª série do 2º grau, em meio a uma aula de física (que ironia, né?).

Olhava pro relógio que ficava em cima do quadro negro e não acreditava que só tinham passado 13 minutos na última hora de aula (Hoje eu sei que naquele momento a relação de velocidade relativa temporal [ReVeRT] era de pelo menos 7 x 1, algo muito acentuado). Decidi então averiguar aquilo. Pedi ao professor para sentar na primeira fila e dali me concentrei ao máximo olhando de perto pros ponteiros, principalmente o dos segundos. Pude perceber, juro, que o ponteiro de segundos estava quase parando. Ali foi o começo dos meus estudos.

A ReveRT é uma realidade e não se surpreenda quando daqui a alguns anos me ver recebendo o Nobel de física (US$1milhão, sabia? Pode deixar, te dou um presente). Até lá vou fazendo minhas anotações. Enquanto não viro o novo Newton, me ajude, comece a observar com cuidado os momentos em que você sentir que o tempo passou rápido demais ou devagar demais e me diga, contribua para a ciência.

ps: às vezes fico impressionado com as coisas que escrevo, de verdade. Pelo menos agora já deu a hora de eu ir embora daqui... rs

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Mosquitinho


Sempre preferi o frio. Nesses dias que estava fazendo uma friaquinha, tava tudo bem. Vivia de bom humor, dormia bem, me vestia com minhas roupas favoritas, malhava todo dia sem problemas, enfim, tudo nos seus conformes. Agora chegou o calor e pelo visto só vai embora em 2011, já que estamos na primavera e depois da priminha Vera vem o inferno na terra, verão.

Calor é horrível. Só é bom pra quem tá na praia e de férias, ou seja, pra 2,28% da população. Pra mim não tem nada de bom. Pra quem acorda cedo, usa calça jeans todo dia, pega ônibus, passa o dia inteiro na rua, é perrengue. E eu que sempre falo mal do calor e bem do frio fui lembrado hoje de uma das piores coisas da época quente do ano. Na verdade essa praga aparece nos primeiros dias de calor, sempre no final de agosto e começo de setembro: mosquitinhos de luz!

Putz! Quando chegar no céu, vai ser a primeira coisa que vou perguntar ao Senhor Todo-Poderoso Criador dos céus e da terra: "Por que! Por queeeeee! Por que os mosquitinhos de luz, Senhor!?" E espero que Ele me dê uma resposta descente. "Porque eu quis" não serve!

Na verdade esse nome "mosquitinho de luz" não tá 100% correto, porque se fosse de luz mesmo não ficaria vindo pra cima da gente! Eu tenho uma lâmpada na minha cara, no meu ouvido, na minha boca? Acho que não, mas é onde eles mais querem ir! E os malditos não morrem não! Quando você os acerta em cheio, caem no chão e evoluem! É tipo uma borboleta ao contrário, porque eles perdem as asas e viram bichinhos terrestres, ainda pentelhos!

Eu ganhei ódio dessa praga quando morei num apartamento na Freguesia, em Jacarepaguá (Rio de Janeiro, ok? É bom explicar porque tenho leitores de lugares além das fronteiras cariocas...rs).
Lembro bem que na época eu tinha uns 15, 16 anos e fazia Brasas English Course às 17h45 nas terças e quintas. Pois bem, segundas, quartas e sextas, no finalzinho da tarde, que é a hora em que eles se multiplicam e saem de todos os lugares feito uma geração espontânea estranha, eu estava em casa sozinho no 7º andar (é, eles chegam lá em cima tb) e a porta da varanda tinha vários furinhos impossíveis de serem cobertos, de modo que não havia nada a fazer a não ser esperar e começar a guerra.

Guerra mesmo! Ligava o ventilador na força máxima em direção à porta pra diminuir a invasão, mas mesmo assim entravam milhares. Na sala, sem camisa, com a cabeça molhada de água gelada e uma toalha úmida e pesada na mão, eles encontravam o maior aniquilador de mosquitinhos de luz da região, no caso, eu. Era engraçado porque eu me empolgava... rs.

Hoje eu confesso que tenho um ódio demasiado dessas criaturas porque não sou mais muito importunado por elas. No horário do rush deles, nunca estou em casa, então acabo nem me irritando muito. Mas caso você esteja sendo importunado por esses bichinhos nesses dias quentes, não se acomode! Cai pra dentro deles porque eles são safados!, se sentirem que você se intimidou, aí é que eles tiram onda contigo mesmo. Chinelo, vassoura, uma pano, bacia d'água debaixo da luz (já viu essa?), ar condicionado... Existem muitas técnicas e armas a serem utilizadas no combate aos mosquitinhos, escolha as suas e cai matando!
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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Calvin*

Sem cabeça nenhuma pra escrever, vida de pernas pro ar. Vamo de tirinha... Me identifiquei muito com o Calvin nessa, diga-se de passagem. Só com uma diferença, sempre digo "quem quer falar comigo, liga pro meu celular!".


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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O Anel II

No arquivo ao lado, no mês de Maio, você pode ler um post que fiz em homenagem ao meu querido anel, o pratinha. Na ocasião, contei histórias de como ele passeou e voltou pra mim, em circunstâncias as mais impressionantes. Bem, pra não parecer que eu fico forçando a barra pra contar histórias interessantes, aí vai a verossímel narrativa que ocorreu hoje!

Como de costume, fui malhar de manhã. Acordei umas 9h e fui pra academia na esquina da minha rua. E como de costume também, antes da musculação, fui pra esteira suar que nem o Ronalducho jogando bola (ele já desistiu de jogar?). E tirei o anel e o coloquei na prateleira da esteira. Até aí tudo bem, já fiz isso outras vezes. O problema é que quando eu corro escutando música eu me empolgo um pouco e acabo correndo mais tempo e mais rápido, de modo que no final dos meus vinte minutos de cooper no mesmo lugar, já estava trocando as pernas.

Aí aconteceu um acidente: o fone do celular enroscou no corremão da esteira e meu telefone voou no chão. Poderia ter sido pior porque na hora que o tel caiu, eu tentei pegá-lo e por um momento me descuidei da corrida e ia cair no chão, se não fosse meus reflexos felinos e minha super agilidade que me fez sair da esteira com um pulo e cair no chão que nem a Daiane dos Santos, com os bracinhos erguidos e tudo.

A parada é que depois desse momento atribulado, eu fui pros aparelhos malhar e deixei meu anel lá na prateleirinha. E assim foi. Fiquei na academia mais uma hora e pouco depois disso e nem me ocorreu que o pratinha estava esquecido na esteira. Depois que terminei, fui pra casa tomar banho e comer alguma coisa antes de ir trabalhar. Sorte que eu malho na esquina da minha rua e quando subia a ladeira... Não lembrei. Foi quando cheguei em casa que... Não lembrei. Só quando estava no meio do banho é que... Não lembrei também. Tá pra nascer alguém tão cabeça de vento que nem eu! Eu saí de casa pra ir trabalhar já era umas 11h45 da manhã e o caminho que faço até o ponto do ônibus me faz passar em frente a academia PowerFit($jabá$). Pois bem, quando passava em frente a porta é que tive um estalo! "Meu anel!" - disse em voz alta!

Subi correndo as escadas não querendo pensar na possibilidade de não encontrá-lo onde o esqueci. Passei pela recepção com camisa polo, calça jeans e mochila nas costas sem me importar em explicar aos olhares que certamente estranhavam o modelito entrando na academia. Corri até a esteira, que tinha uma mulher correndo na hora! Ela estranhou minha aproximação afobada, mas eu não estava nem aí, fui logo olhando pra prateleira, e? Supense total!

Lá estava ele, com aquele brilho todo especial, meu grande amigo. E aqui está o pratinha enquanto escrevo mais um texto em sua homenagem. Eu tento perder esse anel, mas ele insiste em me achar...
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domingo, 1 de agosto de 2010

Nome Artístico


Fiquei meio desiludido quando descobri que o nome daquele cara do Casseta e Planeta não é Hélio de La Peña. O nome dele é Hélio Antônio Couto Filho. Nada contra o nome dele, e também nada contra inventar um nome artístico pra da uma forçada no marketing pessoal televisvo, mas confesso que me senti enganado.

Esse negócio de nome artístico é engraçado, porque nem sempre é uma questão de "estilo", como escolher um nome mais sonoro. Existem casos de clara necessidade em se criar um novo nome. Exemplos clássicos disso são as duplas sertanejas. Mirosmar José e Welson David é sacanagem! Tudo bem que Zezé di Camargo e Luciano não é lá muito legal, mas passa a ser decente. José e Durval também não dá, Chitãozinho e Xororó é mais simpático (importante frizar que o cara que tem cara de Xororó é o Chitãozinho e o que tem cara de Chitãozinho, é o Xororó), e o Leonardo que não é mais dupla, mas também entra na classe do sertanejo e dos nomes feios, se chama Emival Eterno. Namoral, Emival eu nunca tinha visto. Tem um caso interessante também que é da atriz Danielle Winits, sabe qual é o nome dela na real? Danielle Winitskowsky! Putz, quem ia conseguir lembrar disso? Fez bem em dar uma reduzida.

Essas pessoas tiveram que dar um jeito no problema delas, não dá nem pra recriminar. Agora, tem uma galera que muda o nome estéticamente, só pra dar uma estilizada, sabe? É o caso do De La Peña; além dele, tem o José Eugênio, mais conhecido como Jô Soares; falecido Beto Carrero, na verdade João Batista. Apelidos legais que escondem nomes comuns, daqueles que estão na chamada da escola. O Latino nada mais é que um Roberto; o Cazuza, um mero Agenor; a cantora Pity é Priscila; o falecido Bussunda, Cláudio; o Lulu do Lulu Santos é de Luiz Marcelo e o Tony do Garrido é de Antônio, e Antônio Bento ainda por cima. Renato Aragão, Manfried (é isso mesmo!) Sant'Anna, Antônio Carlos Mussun e Mauro Gonçalves formavam Os Trapalhões!

E tem os gringos! Ou você acha que esse negócio de inventar nome é coisa de brasileiro? Eu jurava que o Will Smith se chamava William, mas não: Willard! Quem se chama William é o Axl Rose, um dos nomes artísticos mais legais da história. O Akon se chama na verdade Aliaune Badara, um dos nomes mais feios da história! O Jamie Foxx, Eric Morlon (?), ou seja, um dos nomes artísticos mais nada a ver da história. O Sting se chama Gordon, o Freddy Mercory tem o bizarro nome de Farrokh Bulsara e o Elton John, pasmem, Reginald! Reginald Dwight.

De volta ao Brasil, o comunicador mór da TV Brasileira não é Silvio, nem Santos: Senor Abravanel. E a lora mór da TV brasileira também não é Xu, nem Xa, Maria da Graça. Bem, Xuxa é claro que é nome artístico, ? Mas tem uns nomes que eu jurava que eram inventados e não são! Se engana quem acha que o nome rimado do Gilberto Gil não é o dele mesmo. Aliás, o nome estiloso do Djavan também é de nascença e até o da cantora Rita Lee! O do Falcão, Marcelo Falcão, cantor do Rappa, também é verídico, assim como o do também Marcelo, Frejat. Nomes que de tão sonoros, parecem inventados.

Eu acho que vou inventar um nome pra mim, isso sim! Eu gosto de Jônatas, mas tô cansado de ver uns debilóides me chamando de Jonatan, Djonatá, Djonatan, Jonas, Jeferson (você não acreditaria se eu te dissesse quantas vezes já me chamaram de Jeferson). Vou mudar, que tal um Johnny Boy, João Natas ou Jonas Brother? Acho que rola. E tu, não vai mudar não? Tá dando mole...
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quinta-feira, 29 de julho de 2010

La chica Larissa


Durante a copa, diariamente o globoesporte.com anunciava novidades. Lógico, era Copa do Mundo e a todo momento havia novidades. Jogos, gols, lances engraçados, entrevistas, classificados, desclassificados, cabeças de bagre sendo expulsos sem motivo em jogos decisivos e afundando suas equipes, esse tipo de coisa que rola na copa.

Mas um dia, durante um jogo sem importância, apareceu uma notícia sobre uma moça. Prendada, morena, bonita senhorita que estava assistindo o jogo da seleção de seu país numa dessas FanFests que a FIFA promoveu. Mas um detalhe chamou a atenção: ela estava guardando seu celular sugestivamente entre os seios (é isso mesmo, entre os seios). Algum câmera cueca esqueceu o evento, lógico, e passou o jogo todo filmando e tirando fotos da mulé. O impressionante é que depois disso, conseguiu vender as fotos pra jornais de vários países espalhados pelo mundo. Um dos países foi o Brasil que diariamente passou a falar de Larissa Riquelme, a zé ninguém mais famosa da Copa do Mundo!

Ela estava lá assistindo jogo do Paraguai e foi filmada com seu super decote "segurando" um celular. Bizarro, mas até aí, como a internet é lugar de futilidades e coisas efêmeras que dominam o mundo, ok, a foto veio parar na minha Home Page. O mais surpreendente aconteceu no dia seguinte: "Larissa Riquelme diz que vai tirar roupa se Paraguai vencer". E no dia depois desse: "A paraguaia Larissa Riquelme lamenta a desclassificação de seu país". No outro: "Depois da desclassificação paraguaia, Riquelme vai torcer por times sulamericanos". Dias depois "Larissa Riquelme planeja viagem ao Brasil". Ela ficou! Mais e mais vezes ela reapareceu!

Num mundo frenético e comercial como o nosso, nos acostumamos com figuras que ficam famosas mesmo sem saber fazer nada (BBBs, por exemplo), mas essa paraguaia foi mais longe. Ela virou uma celebridade (odeio essa palavra) simplesmente porque estava com um celular no decote, na rua. No meio da rua! Muito nada a ver isso! rs E não se engane, se foram feitas 27 matérias com ela até hoje, é porque pelo menos 26 deram audiência. Ou seja, não culpe a Larissinha porque a idiota é quem clica, assiste e dá ibope.

Ela tá fazendo a parte dela. Acabou a copa e o que ela fez? Veio pro Brasil! Fez ações publicitárias com uma blusa que tinha um bolso pra colocar o celular entre os peitos (juro que é verdade) e tá fazendo a graninha dela! E parece que não é só aqui que a Larissa Riquelme faz sucesso não. Além de virar uma estrela no seu país, ou outros países hermanos também dão ibope pra paraguaia. Milhões de homens que ao ver uma foto com a desse post, não conseguem fazer nada além de clicar e ver melhor.

No Brasil, Larissinha é pop, só escrever "lar" que a primeira opção do Google é o nome dela. É mole? E se pesquisar por páginas brasileiras, o maior site de busca do mundo acha mais de 1.090.000 páginas com informações relativas à ela. E aí, a chica tá abalando ou não tá?

Verdade seja dita, o gordinho da foto assistiu o jogo. Pelo jeito nem reparou no celular...
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sábado, 24 de julho de 2010

Terror


Esses dias estava conversando sobre filmes de terror com um amigo e ficamos lembrando de vários filmes legais e assustadores. É, eu gosto. Não sou daqueles que acha que filmes de terror é um estilo ralé da Arte. Tem alguns filmes de suspense que são tão geniais quanto alguns dramas ou ações mudialmente respeitados.

O Chamado é um dos filmes mais "terríveis" que já vi e não tem uma gota de sangue, nem faca, nem tiro, nem monstro. Só pressão psicológica. E o suspiro do "seven days" que tira o sono de qualquer um. Espíritos, já viu? Aquele dos japinhas e tal... Muito assustador. Na Companhia do Medo, Hannibal , O Exorcista, Premonição (só o primeiro, o resto é forçassão), A Ilha do Medo que tava no cinema há pouco tempo com o Leonardo DiCaprio e direção do Martin Scorcese, muito bom. Enfim, flmes muito bem feitos, mas com uma proposta específica: aterrorizar. Dizem que Contatos Imediatos de 4ºGrau também é bom.

Acho que fazer o telespectador sentir medo é muito mais difícil do que fazê-lo rir ou chorar. Porque quando você vai assistir um filme de comédia você quer rir, porque rir é muito bom, né? Quando vai assitir um dramalhão denso, você está disposto a captar a emoção daquilo também. E se chorar, melhor ainda! É bom também chorar com um final feliz. Mas por mais que alguns gostem de filme de terror, ninguém gosta de sentir medo. O filme tem que arrancar a coragem de você. É uma missão mais difícil, concorda?

Reparem que eu não citei filmes como Pânico, Lenda Urbana, Sexta-Feira 13, Pânico na Floresta, a saga Premonição, Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado. Porque pra mim existe uma grande diferença entre esses e aqueles filmes. Uma coisa é sentir medo na sala do cinema. Outra coisa é se assutar. Assutar é o mais fácil. É só criar uma situação de suspense e na hora que o assassino/monstro/fantasma/vilão/ET/sei lá aparecer, soltar uma síncope de som e pronto, todos vão pular da cadeira! Isso não é filme bom de terror, isso é susto nos outros. Você pode fazer isso se escondendo atrás da cortina e gritando quando alguém chegar.

Meu pai, como muitas pessoas, não se conforma de ver gente que gosta de filme de terror/suspense. Ele sempre diz "Gastar meu dinheiro pra tomar susto e ficar com medo? Você é maluco!", mas é isso mesmo. O cinema pra mim é um programa onde se paga pra sentir emoções imprevisíveis. É adrenalina. É melhor sentir adrenalina sentado numa poltrona confortável, bebendo uma coquinha do lado da sua namorada do que ser assaltado na rua ou correndo de carro, certo? Depois a luz acende e a vida segue. Não há perigo de fato, só fortes emoções, isso pra mim é divertido!

Quem gosta, gosta e quem não gosta... fazer o que? Não gosta ué! Tem gente que não gosta de chocolate, de pizza, de sorvete, do Flamango (mentira, no fundo todos gostamos do Flamengo), tem de tudo nesse mundo!

[ps] O texto passou e eu não consegui encaixar uma observação importante: filme de terror só tem graça no cinema. Se tiver que ser em casa, beleza, mas no escuro. Assitir filme de terror de dia ou de luz acesa, batendo papo com quem tá do lado na maior descontração, não rola...
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quarta-feira, 21 de julho de 2010

Eleições [Maluf]


Você já ouviu falar num cidadão chamado Paulo Maluf? Um sujeito de óculos fundo de garrafa e com sotaque engraçado, sabe? Mais precisamente Paulo Salim Maluf. Filho de um esmpresário libanês com uma brasileira, entrou na política ainda jovem. Em pleno regime militar, começou sua carreira política mesmo sendo civil, ou seja, pistola, peixada, QI, etc.

Maluf foi presidente da Caixa Econômica Federal em 1967 com apenas 35 anos (3 anos depois do golpe de 64). Foi ainda prefeito de São Paulo em 69, secretário dos transportes em 71, governador de São Paulo em 79 e deputado federal em 83. Após a queda do regime militar, se candidatou à presidência em 89 (eleições vencidas por Fernando Collor de Melo, outro cidadão do bem) e foi prefeito da cidade de São Paulo novamente em 93.

Depois disso, Paulo Maluf passou anos a fio perdendo eleições. Os escândalos em torno de seu nome são muitos e isso lhe custou derrotas para prefeitura e governo de SP algumas vezes. Mas em 2006, se candidatou para deputado federal e se elegeu com o maior número de votos no país. Precisamente, 739.827 pessoas votaram no Salim nas últimas eleições. Um brinde aos 40 anos de cargos públicos!

A Polícia Federal investiga o político e sua família desde 2007 por manutenção de dinheiro ilegal na Suíça e no paraíso fiscal das Ilhas Jersey. Em 2005, Paulo Maluf foi preso após graves denúncias de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção e crime contra o sistema financeiro. O Superior Tribunal Federal julgou que a prisão de Maluf era juridicamente ilegal, pois sua saúde seria frágil para permanecer preso. Assim, ele foi solto após 40 dias de cárcere e respondeu ao processo em liberdade.

Em março de 2010, o nome de Paulo Maluf e seu filho Flávio Maluf foi incluído na "difusão vermelha" da Interpol, uma lista de criminosos procurados internacionalmente. Maluf e Malufinho não podem viajar muito, senão acabarão no xilindró (é assim que se escreve isso?) porque em 181 países, a inclusão na difusão rouge vale como mandato de prisão. Como a República Federativa do Brasil não faz parte da Interpol, isso não ocorre aqui (infelizmente). Aqui ainda é tranquilo pra família Líbano-brasileira.

Tranquilo até demais. Em entrevista há alguns meses atrás, Maluf disse que "não existe ficha mais limpa do que a de Paulo Maluf no Brasil (...) e se alguém encontrar dinheiro meu em conta fora do Brasil, pode ficar com o dinheiro." Mesmo com essa declaração, o fato é que promotores federais tiveram acesso a extratos bancários de Maluf e viram que o dinheiro do político está espalhado em mais de 20 contas ilegais no exterior. A entrada de 200 milhões de dólares (dólares!) em duas contas num único dia foi a parada que mais me impressionou do que li sobre isso.

O que você tem a ver com isso? Quase nada. Você não votou no Paulo Maluf, né? Ótimo, bom pra você (739mil pessoas não podem se gabar disso). Mas você pode ter votado em outro animal qualquer, ou nem lembrar pra quem votou. As próximas eleições estão vindo, faltam menos de 3 meses. Tempo suficiente pra pesquisar bem e descobrir como não desperdiçar seu voto. Desde que foi eleito (em 2006, sem contar as outras décadas no poder), Paulo Maluf já gastou R$ 179.564,33 só para gastos pessoais [http://www.excelencias.org.br/@candidato.php?id=720&cs=1]!

Não adianta só rir do CQC e/ou cornetar todos os políticos. Perca energia, tempo e reflexão nisso: vote bem.

Gaúcho*

Uma homenagem ao futuro camisa 10 da Gávea... rs




terça-feira, 13 de julho de 2010

Rio de ano inteiro


Outro dia estava no Outback da Tijuca com uns amigos (by the way, sabia que o shopping Tijuca tem 9 andares, sendo 1 subsolo, 6 garagens e uma escada em caracol que une todos os andares? Depois dizem que a Tijuca não é o labirinto do Minotauro) e a menina falava que ia passar uns dias em São Paulo. Ela perguntava sobre locais pra conhecer na cidade pra outro amigo nosso que costuma ir na cidade da garôa com certa regularidade.

Ruas. Ele indicou ruas pra ela conhecer. Onde já se viu isso? E rua é lá ponto turístico? Em São Paulo é. Ta aí uma verdade: São Paulo não sabe ser cidade turística. Pô, se Deus não abençoou a cidade com um Corcovado ou uma Pedra da Gávea, pelo menos eles poderiam construir uma estatuazinha aqui, um monumentozinho ali, quem sabe uma praça temática, um buraco no chão, um cachorro empalhado, qualquer coisa diferente que valhesse a pena bater uma foto.

Tomem o exemplo de Niterói. A única beleza natural de Niterói é a vista panorâmica que a cidade tem do Rio de Janeiro. Mas eles, sabendo disso, correram atrás; não desanimaram! Construíram aquele museuzinho extra-terrestre e agora enchem a boca pra dizer que a cidade tem um ponto turístico maneiro. É o símbolo da cidade! É isso aí, esse é o espírito!

São Paulo não tem nada, coitado. O Caetano Veloso, diante das 2.317 músicas feitas pro Rio, decidiu fazer uma música pra São Paulo. Se liga: "Alguma coisa acontece no meu coração, só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João...". Viu? Ruas! Não te dá uma peninha disso?

Bem, a Copa é do Brasil, mas com festa de abertura e final do torneio no Rio; as Olimpíadas são no Rio de Janeiro. Que esses eventos não sirvam de ponto de discóridia entre os cariocas e os paulistas. Talvez nossos amigos corintianos não tenham interesse em ser o tipo de cidade "a ser visitada". Ou talvez eles estejam super satisfeitos com o turismo urbano que faz de ruas e mercados populares os principais pontos da cidade.

Na pior das hipóteses, tem o aeroporto de Congonhas que dizem que é bonitão e tal. Ta aí um bom programa: conhecer o aeroporto! Tirar umas fotos da pista, do saguão e aproveitar pra comprar uma passagenzinha pro Rio.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Biscoito



Quando eu era moleque, tipo com 14, 15 anos, era muito viciado em biscoito. Recheado, lógico, biscoito salgado é outro assunto. Pra mim biscoito de verdade é doce e recheado. Hoje nem como muito, na verdade diria que como até pouco, mas tive anos de frenético consumo, o que me elevou a um patamar de expert no assunto, saca?

Eu sou do tempo em que os pacotes nem tinham aquela fitinha que você puxa e “abre fácil”. E quando tinha, não funcionava direito. Você abria o pacote por cima mesmo, descolando a embalagem e “mandando brasa”.

O maneiro do biscoito é que não tem como ter pressa. É um de cada vez e acabou. Não dá pra comer dois de uma vez só, nem dá pra tirar da embalagem dois de uma vez só. É uma atividade de paciência que te convida a degustar o sabor e viver a sensação. Nem a unidade é feita pra comer de uma vez só, mas pra ser mordido pelo menos uma vez. Você também pode lançar mão da clássica técnica de comer um lado e depois comer só o outro lado e o recheio juntos. Isso é clássico e universal, especialmente quando um dos lados vem ao inverso. É lógico que você vai tirá-lo pra ver o desenho que ele faz no recheio, né? É, eu sei...

No mercado dos biscoitos, porém, há alguns assuntos misteriosos. Produtos que eram bons e vendiam bem de repente sumiram. Lembra do Óreo? E do BreakOut? Essas marcas eram boas! E o Palhacitos? Sumiu também, hoje pode ser encontrado somente em piadas sem graça como “comeu palhacitos no café?” e derivados. Por outro lado, marcas que você não dá nada por elas continuam aí firmes e fortes. A Vaquinha, Bono, Waifer(muito bom esse), Presuntinho, Maisena, Triunfo, Piraque recheado, estão sempre na estante do supermercado.

Mas não adianta, algumas marcas são como o Flamengo, estão em outro nível. A simplicidade do Passatempo recheado é admirada por muitos. Chocolate no meio, leite nas pontas, putz!, como algo tão simples pode ser tão bom? E não tem como não perceber, pelo menos em um dos vários que você ingere, qual o bichinho que está desenhado ali.

Chocolícia também é um clássico. Faz um estilo refinado. É mais caro, mais difícil de achar e vem naquela caixinha quadrada que pra nada serve, mas é muito bom também. Chocolícia é bizarro porque você começa a comer, dá sede, você para, bebe água e volta a comer até acabar.

Mas a grande febre é o Trakinas, presente na dispensa da nação brasileira. Uma coisa me impressiona no Trakinas: ele continua sendo o biscoito mais vendido apesar de sempre mandar mal em ações de marketing, já percebeu? Já lançou doce-deleite (ruim), banana (horrível), limão(Putz, o biscoito era verde! Péssimo). E insiste em outras paradas loucas como flocos (ruim) e vários sabores de meio a meio (todos ruins!)! Será que é demais pedir pra só fabricar chocolate e morango? Eles não precisam de nada além disso, só chocolate e morango.

Ah! E também tem um que eu nem sei o nome mas que é sacanagem, nem parece biscoito! Vem numa bandeja que você tem que puxar pra fora do pacote! É tipo uma bolacha branca mas com uns pigos de chocolate... Aí, namoral, esse biscoito é absurdo. E só pra tirar onda, no pacote só vem uns 7, só pra tu ficar mais bolado ainda! rs

Bem, é óbvio que esse texto deu vontade de comer biscoito. Vou ver qual é lá no armário...
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quinta-feira, 17 de junho de 2010

O top do pop


O lugar onde passo maior parte do meu tempo é o ônibus (vida de negro é difícil). E é no coletivo que tenho rachado minha cara ultimamente. É que estou com 3 CDs do Michael Jackson no celular e tenho um sério problema com algumas músicas desse sujeito: não consigo não dançar e cantar. Foge seriamente do meu controle, é triste.

Meu estágio inicial é bater o pé, mas até aí tudo bem, todo mundo faz isso. No estágio intermediário já começa a complicar. Começo a bater com as mãos na perna e na mochila, mexo levemente o pescoço e os lábios, não sai voz, mas dentro da minha cabeça já estou cantando. Os mais fofoqueiros dentro do grande buso a essa altura já começam a te manjar. Mal sabem eles que ainda não viram nada. Estágio avançado: fecho os olhos (pra assistir ao show, saca?), solto a voz e mexo os braços, pernas, ombros. Lá se vai o controle.

Eu me pego dançando, começa sem eu nem perceber. Mas aí que vem o mais interessante!, mesmo depois que eu me percebo nessa situação, também não paro. De alguma forma estranha eu penso "to pagando um mico aqui, mas vale a pena". Não vou abandonar o show do Michael (dentro da minha cabeça) só porque tem gente olhando e torcendo o nariz. Dane-se eles! Gente triste e sem imaginação. Se eles estivessem ouvindo e "assistindo" o mesmo que eu, me dariam razão!

Se passou um ano. No dia 25 de Junho de 2009 a rede mundial de computadores ficou lenta pela sobrecarga de acessos. Pessoas atrás de informações confiáveis em torno da morte do Rei do Pop. Sucesso absoluto depois de morto, o cara foi 1000 vezes mais famoso enquanto vivo. Ser um superstar não era parte de sua vida, mas a totalidade dela. Talvez por isso tenha tido lá seu grau de loucura.

Bem, sou fã, de ler biografia e ter toda a discografia. Por isso vai aí a homenagem ao cara mais sinistro que já entrou num estúdio de gravação ou subiu num palco. O inventor da música pop. O top do pop.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Dia dos Namorados


Senhor presidente,

Meu nome é Rafael Ferreira, mas pode me chamar de Bexiga (não me pergunte o porquê). Eu queria mesmo era encontrar com o senhor pra batermos esse papo, mas não demorou muito até eu perceber que seria difícil demais. O senhor anda muito ocupado! É isso aí!, trabalhe bastante mesmo! Votamos no senhor pra isso.

Pois bem, tenho 19 anos, moro no Rio e sou um rapaz, eu diria, normal. Lhe escrevo porque estou passando por um problema que só o senhor pode solucionar. É sobre o Dia dos Namorados. Penso que essa comemoração poderia ser revista. Posso dizer que ela tem me feito passar por situações bem ruins nos últimos anos e gostaria de lhe pedir um favor: Será que o senhor, sendo o senhor quem é, não poderia usar o seu poder para proibir as comemorações desse maldito dia dos namorados?

Explico: sou solteiro. Mas não peço o fim do Valentine's no Brasil porque sou um encalhado não! Sou pintoso, bom de papo, inteligente e já tive 3 namoradas, e bem bonitas!, apesar de ter quisto o destino que não passasse sequer um 12/06 acompanhado. De qualquer forma, meu pedido não é só por mim, mas por toda a população solteira nesse país! Vocês casados (aliás, beijos pra Dna Marisa) deveriam pensar em nós também! Também somos brasileiros, também pagamos impostos! Temos que ser tratados com igualdade e respeito! Comemorem o relacionamento de vocês no aniversário de namoro, de casamento, sei lá! Mas não criem um dia que divide o mundo em dois pedaços distintos: acompanhados felizes e sozinhos tristes e mal amados! E antes que o senhor diga "É uma data importante pro comércio. Aquece a economia", inventem outra coisa!, todo mês tem uma data inventada pra gastarmos nosso dinheiro mesmo!

Posso estar sendo demasiadamente contundente, mas o senhor não imagina o que nós, solteiros, passamos nesse dia. É muito constrangedor! Todos ficam querendo saber o que vou fazer no sábado dia 12. É maroto! Uma fofy* da faculdade me chamou pra ir no cinema. Foi um momento desnecessário para minha experiência de vida. Ela estava desesperada para arrumar algo pra fazer, mas "não dá pra sair com ela", se é que o senhor me entende. Aliás, não posso sair na rua no Dia dos Namorados de jeito nenhum! Se sair com meus amigos, seremos taxados de otários por todos os casaizinhos que passarão por nós de mãos dadas, roupas novas, com anéis prateados de compromisso e felizes!

Espero atitudes suas. O senhor com essa caroxa deve ter passado muitos Dias dos Namorados sozinho e vai entender minha situação, espero. É uma questão de bom senso no final das contas. Se ficar sozinho fosse algo a ser corrigido, a logo do PT deveria ser um par de estrelas. Agora presidente, plano B: Se não rolar mesmo suspender o Dia dos Namorados, será que o senhor não descola o telefone de uma assistente sua bonitona aí não? Sabe como é né. Passar o dia 12 sozinho não dá...

Um abraço! Dilma pra presidente!
Rafael Bexiga Ferreira

"fofy" - Pessoa do gênero feminino no meio do caminho entre o peso ideal e o peso considerado obeso. sinônimos: fortinha, cheinha, massudinha, gordinha.

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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Médico


Todo mundo já viu em algum filme, livro, novela, ou até ao vivo sei lá, a seguinte situação: dentro de um avião alguém começa a passar mal ou toma um tiro (no caso de um filme de ação) e logo ouve-se o grito desesperado "Um médico por favor! Alguém aqui é médico!?" e logo que o apelo chega aos ouvidos da pessoa certa, um médico se levanta com a segurança e a beleza (caso seja um personagem importante na trama) necessárias pra salvar uma vida, ato banal na vida desse superprofissional.

Sempre tem um médico no avião, já percebeu? Até naqueles que caem, como o de Lost (foto: Dr. Jack Sheppard). Engraçado porque eu conheço poucos médicos: dois. E eles não frequentam muito os aeroportos. Na verdade os doutores representam uma parcela muito pequena da população mundial, me admira portanto sempre estarem nos aviões prontos a socorrer uma vítima surpresa. Eles devem se concentrar nas aeronaves ou formarem algum tipo de escala secreta. Putz, que besteira.

É lógico que a explicação é meramente sociológica. Médicos tem grana e quem tem grana viaja de avião, certo? Simples. Se precisassem de um engenheiro numa emergência dentro do avião (!?), seguramente algum se levantaria. Um arquiteto, um advogado (ok, hoje temos mais advogados que agricultores nesse Brasil), um alto executivo. Enfim, essas profissões que geralmente geram altos salários. Elas voam por aí. Por isso é até normal o médico aparecer no meio da história.

Estranho seria pedirem um médico no busão na hora do rush matinal as 8h dentro do 298 Acarí-Castelo na altura de São Cristóvão porque a Dona Cleide tá suando frio. "Um médico por favor! Alguém aqui é médico!?". Silêncio... Isso se ninguém risse só de ouvir apêlo tão incoveniente. Um médico no 298? No máximo a secretária de um dentista, e olhe lá! É mais fácil jogar a Dona Cleide na sarjeta e seguir viagem.

Esse é o mal de sermos humildes. Ficamos desprotegidos em situações assim. Um mal súbito, uma queda de pressão, um tiro (nesse caso, nada de roteiros de ação. Assalto mesmo) e não temos um doutor pra nos socorrer. Mas tá tranquilo, no final das contas todo brasileiro tem um pouco de policial, técnico de futebol e médico. "Dá água com açúcar pra ele", "suspende as pernas pra circular o sangue" ou "lava o rosto com água fresca" parecem ser conselhos coringas que fazem passar qualquer mal estado.

Nós, passageiros do 298 não precisamos deles! Aliás, quem precisa? Os médicos burgueses que se explodam! Tomara que no próximo filme o próprio médico tome o tiro. Porque se por um lado todo vôo tem um, por outro tem um só! É igual o negro, cada filme tem o seu. Quero ver se o médico tomar mesmo o tiro, quem vai socorrer!? "Algum outro médico por favor! Alguém mais aqui é médico?" Se ferra aí. Pede pro negão socorrer, tenta a sorte. Se bem que pensando bem, muito provavelmente ele tenha sido o autor do disparo. Hollywoody é fogo...

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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Anel


Quando eu era moleque ratão da adolescência, comprei um anel de prata boladão porque todo mundo tinha um e eu não podia ficar de fora. Uma questão de inclusão social, saca? Gastei uma grana e comprei! Arrepiei com a aquisição! (Pelo menos era o que eu achava) Até que depois de um tempo deixou de ser modinha aí o negócio do anel desvalorizou. A minha sorte é que mesmo assim, mesmo depois de tanto tempo, eu ainda acho o anel legal. Sorte mesmo porque muitas coisas que eu usei e adotei hoje em dia não rolaria, tipo o Qix estufado, a corrente de prata, as várias pulseiras bordadas, o cabelo escovinha... calma, brincadeira.

Pois quero homenagear meu querido anel. Uma homenagem sim! Por que não? Esse anel não é normal. Eu e ele, ele e eu temos uma conexão quase que espiritual! Bem, espiritual eu não sei, mas de alguma forma sobrenatural com certeza. Por natureza sou exagerado, hiperbólico, espalhafatoso, às vezes ridículo, mas hoje, sobre meu anel prateado, não digo nada além da verdade.

Eu tenho um sério problema de personalidade, algo que me acompanha desde que eu era um mulequinhu serelepe que só queria jogar bola, brincar de boneco e tocar bateria (é, a música começou cedo na minha vida...). Tenho sérios lapsos de esquecimento. Na verdade acho que tô mais pra ter lapsos de lembrança porque na maior parte do tempo eu esqueço tudo. Qualquer coisa que vai pra minha mão já corre sérios riscos de parar no lixo, na casa de um estranho, no achados e perdidos da rodoviária ou no fundo do abismo.

Já perdi mais dinheiro na vida do que a bolsa de NY em 29. Os valores mais inacreditáveis já fugiram de mim, tomara que tenham sido contabilizados no PIB no final das contas. Chave? Já sou amigo do Seu Fernando, o chaveiro que fica em frente à farmácia da esquina, de tanto que faço chave nova com ele. Documento é uma festa, tudo segunda via. Quer dizer, já tenho terceiras, quartas vias. IDentidade eu já perdi a conta de quantas já foram. Título de eleitor tenho dois! Perdi um, tirei outro, achei o um e fiquei com dois. CPF, bem, CPF eu tenho que tirar outro, perdi... É mermão, o problema é sério.

Por isso que esse anel me impressiona. Ele é tão "perdível" mas permanece firme e forte. E eu não sou daquelas pessoas que esquecem que está usando o anel (me dá um nervoso aquelas pessoas que botaram a aliança quando tinham 70Kg e agora tem 90kg e nunca tiraram! Eu fico angustiado só de ver dedo gordo com anel de magro), eu vivo tirando meu anel pra tudo. Banho, lavar louça, escrever, tocar violão, quando dá na telha... E ele continua aqui, achado! Não que eu não o tenha perdido antes, muito pelo contrário, até porque eu sou o que sou. Mas sempre que o perco, ele volta! Às vezes olho pro pratinha (apelido carinhoso) e me emociono "Como é que pode você ainda estar aí!?" digo pra ele com lágrimas no olhos. Ele fica em silêncio, afinal, anéis não falam.

Mas é impressionante o que acontece. Teve uma vez que o perdi e depois de dias procurando, desisti de encontrá-lo. Uns 3 meses depois fui na casa do meu vizinho e o que vejo na mão do dele? "Meu anel cara!". "Ih, é seu? Apareceu aqui em casa há maior tempão...". Outra vez tava na praia (não é caô) dentro da água. Decidi tirar porque ele tava cheio de areia (é que ele é daqueles que roda, anti-estresse sacoé?) quando de repente caiu da minha mão, no mar da Barra! Mergulhei na hora sacudindo os braços frenéticamente pra ver se encostava nele porque era impossível tentar enxergar. Digno de "vídeos incríveis"!, Uns 4 longos segundos depois, antes que ele encostasse no chão, consegui pegá-lo! Eu acho que esse papo de eu dizer que temos uma conexão que foge normalidade começou nesse dia. E mais outras várias vezes que ele se perdeu e ficou dias por aí na vida do universo à deriva no tempo livre espacial filosófico contrário.

Essa semana mesmo ele deu uma sumida. Achei ontem meu querido amigo. Enfim, já nem considero mais essas ocasiões como perda. Na verdade ele passeia, esparece as idéias. Sabe como é né, uma relação de quase 7 anos tem que ter essa base de confiança. Tentei achar a foto mais antiga minha em que ele aparece prapostar aqui. É engraçado como vejo fotos antigas e ele já tá lá, presente em minha vida. Amigos inseparáveis, quer dizer, mais ou menos. Mas tá tranquilo, quem ama deixa livre.

18 anos, eu acho... ó, pulseiras bordadas também! Yamaha preto, blacksinho curto, um bom vivã.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Deci(ten)são


Acho que eu tô ficando velho pra futebol sabia? Não digo pra jogar porque meu rendimento dentro das quatro linhas só aumenta, que nem a economia brasileira, to voando em campo, fino e com técnica refinada! Já ouviu falar no Maestro Júnior, camisa 6 do Flamengo da década de 80? Então, dizem que meu futebol lembra o dele. Eu discordo, sempre achei que meu futebol lembra mais o do Zico mesmo. Mas independente disso, sou goleador e tenho testemunhas!

Acho que estou ficando velho é pra assistir futebol. Esse ano já fui no Maracanã várias vezes ver meu time jogar. Entrei numa de ir em todos os jogos da Taça Libertadores, e fui mesmo em todos até agora. Isso é bom porque faz você se sentir um torcedor presente, participante de uma elite imaginária que terá mais mérito e mais motivos pra comemorar em caso de vitória do que aqueles que não compareceram no estádio pra torcer por time sabe? Mas por outro lado é ruim, porque ver os jogos pela TV tem se tornado uma missão difícil. Esse negócio de ver a bola rolar através de um caixote eletrônico não é fácil. Começo a me perguntar como consegui fazer isso por tanto tempo sem enfartar!

Eu não sei direito se é por isso mesmo (ou só), mas nunca foi tão tenso ver o Flamengo pela TV. De uns tempos pra cá tem sido pesado, às vezes acho que não vou aguentar! Nunca achei que me pegaria com esses comportamentos lunáticos de tremer, suar frio, perder o apetite, ficar mal-humorado, não pensar em outra coisa nos dias que antecedem os jogos, enfim, dar uma de maluco.

Pois é por aí mesmo. Teve um Flamengo e Corinthians há umas semanas atrás que o Flamengo não podia tomar gol senão seria desclassificado da competição. E aconteceu que aos 44 minutos do segundo tempo teve uma falta na meia-lua do Flamengo. Se a bola entrasse, já era. Eu não consegui ver. Levantei e me retirei, acredita? Lógico que na hora H eu espiei a TV de longe, mas só esse comportamento totalmente descontrolado já me assusta. Será que estou surtando? Será que estou sofrento de Flamenguite aguda?

Hoje é quinta-feira, dia 19 de Maio e amanhã dia 20 às 22:00H passará na TV o jogo de volta das quartas de final da Libertadores. Nesse horário eu estarei de frente pra TV, sozinho, de celular desligado, net offline e telefone fora do gancho. Nada mais importa no mundo e se faltar luz eu pulo da varanda. A cada bola que entrar no gol, lágrimas vão rolar. Ou de alegria ou de tristeza.

Bem, tendo em vista as últimas experiências, vai ser importante uma alimentação leve durante o dia pra não ter problemas quando o stress chegar, uma neguinha gelada pra relaxar durante o jogo (pra entender melhor, leia o post "coquinha") e no caso de vitória, ligações pra honrosos rubro-negros (tenho uma lista de nobres amigos que tem em comum a dádiva de terem fechado com o certo) para felicitações. Caso não role o resultado esperado, um remedinho pra dormir é bem vindo, além de uma sexta-feira repleta de patadas à quaisquer gracêjos e ainda sim a certeza de que mesmo triste do coração e irritado com todo o universo, é muito bom torcer. É muito bom gritar gol.

Amanhã é dia de decisão. Amanhã é dia de tensão rapá!
 
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