Você já ouviu falar num cidadão chamado Paulo Maluf? Um sujeito de óculos fundo de garrafa e com sotaque engraçado, sabe? Mais precisamente Paulo Salim Maluf. Filho de um esmpresário libanês com uma brasileira, entrou na política ainda jovem. Em pleno regime militar, começou sua carreira política mesmo sendo civil, ou seja, pistola, peixada, QI, etc.
Maluf foi presidente da Caixa Econômica Federal em 1967 com apenas 35 anos (3 anos depois do golpe de 64). Foi ainda prefeito de São Paulo em 69, secretário dos transportes em 71, governador de São Paulo em 79 e deputado federal em 83. Após a queda do regime militar, se candidatou à presidência em 89 (eleições vencidas por Fernando Collor de Melo, outro cidadão do bem) e foi prefeito da cidade de São Paulo novamente em 93.
Depois disso, Paulo Maluf passou anos a fio perdendo eleições. Os escândalos em torno de seu nome são muitos e isso lhe custou derrotas para prefeitura e governo de SP algumas vezes. Mas em 2006, se candidatou para deputado federal e se elegeu com o maior número de votos no país. Precisamente, 739.827 pessoas votaram no Salim nas últimas eleições. Um brinde aos 40 anos de cargos públicos!
A Polícia Federal investiga o político e sua família desde 2007 por manutenção de dinheiro ilegal na Suíça e no paraíso fiscal das Ilhas Jersey. Em 2005, Paulo Maluf foi preso após graves denúncias de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção e crime contra o sistema financeiro. O Superior Tribunal Federal julgou que a prisão de Maluf era juridicamente ilegal, pois sua saúde seria frágil para permanecer preso. Assim, ele foi solto após 40 dias de cárcere e respondeu ao processo em liberdade.
Em março de 2010, o nome de Paulo Maluf e seu filho Flávio Maluf foi incluído na "difusão vermelha" da Interpol, uma lista de criminosos procurados internacionalmente. Maluf e Malufinho não podem viajar muito, senão acabarão no xilindró (é assim que se escreve isso?) porque em 181 países, a inclusão na difusão rouge vale como mandato de prisão. Como a República Federativa do Brasil não faz parte da Interpol, isso não ocorre aqui (infelizmente). Aqui ainda é tranquilo pra família Líbano-brasileira.
Tranquilo até demais. Em entrevista há alguns meses atrás, Maluf disse que "não existe ficha mais limpa do que a de Paulo Maluf no Brasil (...) e se alguém encontrar dinheiro meu em conta fora do Brasil, pode ficar com o dinheiro." Mesmo com essa declaração, o fato é que promotores federais tiveram acesso a extratos bancários de Maluf e viram que o dinheiro do político está espalhado em mais de 20 contas ilegais no exterior. A entrada de 200 milhões de dólares (dólares!) em duas contas num único dia foi a parada que mais me impressionou do que li sobre isso.
O que você tem a ver com isso? Quase nada. Você não votou no Paulo Maluf, né? Ótimo, bom pra você (739mil pessoas não podem se gabar disso). Mas você pode ter votado em outro animal qualquer, ou nem lembrar pra quem votou. As próximas eleições estão vindo, faltam menos de 3 meses. Tempo suficiente pra pesquisar bem e descobrir como não desperdiçar seu voto. Desde que foi eleito (em 2006, sem contar as outras décadas no poder), Paulo Maluf já gastou R$ 179.564,33 só para gastos pessoais [http://www.excelencias.org.br/@candidato.php?id=720&cs=1]!
Não adianta só rir do CQC e/ou cornetar todos os políticos. Perca energia, tempo e reflexão nisso: vote bem.
4 comentários:
Ó o cara aí...post sério...
Meu Deus! É muita grana, eu não sabia que era tanta!!!
Mas cada dia mais as pessoas estão mais consciêntes de votar bem, e com a popularização da internet, facilita nas pesquisas..
Ótima matéria.
Postagem de utilidade pública. Prova que podemos achar muita coisa sobre os políticos na Internet, basta pesquisar. Fernando Collor está em primeiro nas pesquisas para governador de Alagoas, aí eu questiono, será que alguém não sabe quem foi o Collor??? É difícil entender de política!
Abraço
(Sinto que leio o post de um jornalista..)
Em entrevista há alguns meses atrás, Maluf disse que "não existe ficha mais limpa do que a de Paulo Maluf no Brasil.
É...
Postar um comentário