quinta-feira, 9 de junho de 2011

Churreia


Legal pensar que o nosso corpo é uma máquina perfeitamente desenvolvida para as diversas situações pelas quais podemos passar (ou podíamos passar). Por exemplo, os pelos. Eles não estão espalhados pelo nosso corpo a tôa. Eles nos protegem do frio, ora! Por isso os negros têm menos e os de origem nórdica-europeia têm mais. Aqueles vieram da África, de lugares quentes, esses vieram do norte do globo, onde o bicho pega com o frio. E também por causa dessa relação com a temperatura, temos mais pelos na cabeça, um pouco menos nos braços e nas pernas e menos no troncos (fora os peludões né...), já que são as partes do corpo que recebem mais sol e tal.

As unhas protegem as extremidades de nossos dedos contra choques e a sujeira. Além de servirem de garras, que na verdade deixaram de nos ser úteis depois que desenvolvemos facas, tesouras, agulha, e outros objetos de serventia específica. Temos dois olhos, dois braços, duas orelhas, duas pernas. Por mais que nossos corpos sejam, teoricamente, simétricos, o fato é que dessa forma temos órgãos reservas pro caso de algum acidente ou deficiência.

enfim, muitas coisas no corpo têm suas aplicabilidades antropológicas. Mas existe uma parte do nosso corpo que não me diz nada. Só está ali pra ser despercebida e, especificamente no meu caso, ser odiada. Falo da churreia.

Churreia é a parte dos dedos entre as unhas e as costas da mão. O que me irrita não é a churreia em si, já que se não fosse por elas nossas unhas seriam grudadas na mão (que bizarro, imagine uma mão sem dedos) mas o fato das churreias serem cabeludas! Putz, por que? Ta aí, primeira pergunta a ser feita ao Senhor Deus, soberano sobre todas as coisas:
- Bem vindo meu filho Jôn...
- É, é, valeu! Olha só, qual é do pelo na churreia!?

Algumas churreias são mais cabeludas que outras. Umas tem cabelos encaracolados, outras já tem cabelos lisos, escorridos. Tem gente que tem churreia cabeluda até no pé, na verdade é até normal. Na minha opinião, as churreias demasiadamente cabeludas nos pés são as mais feias. Enfim, nesse pensamento antropológico, meio darwinista, eu tentei sacar a funcionalidade da churreia cabeluda, mas nada me ocorre. No final das contas, acho que elas só existem pra compor as mãos e pés. Não têm função, só ocupação.

[Textos novos, sempre às terças e sextas]

2 comentários:

Anônimo disse...

Rapaz, que texto reflexivo. Pensei toda a minha existência através dele. Você não faz idéia do que é ser peludo.

1 - Devo ser deficiente, pois tenho muito mais cabelo nas pernas e nos braços do que na cabeça! Que droga. Diga-se de passagem, até na bunda tenho mais cabelos que na cabeça.

2 - Outra questão é: Deus não se preocupa com a reprodução, não? Dois olhos, duas orelhas, duas pernas, dois braços e um piru! Desculpe se estou sendo grosseiro, mas se der problema, já era, não existe outro!

3 - Quanto à maldita ou bendita churréia, as minhas são bem peludas e possuem os cabelos lisos (inclusive as churréias dos pés). Bom, talvez graças a esses cabelos eu nunca tenha sentido frio na churréia, deve ser horrível.

Abraços, valeu pela reflexão.

Bete krawczuk disse...

Eu resolvi o problema do pelo na churreia: eu depilo e pronto!

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