
O lugar onde passo maior parte do meu tempo é o ônibus (vida de negro é difícil). E é no coletivo que tenho rachado minha cara ultimamente. É que estou com 3 CDs do Michael Jackson no celular e tenho um sério problema com algumas músicas desse sujeito: não consigo não dançar e cantar. Foge seriamente do meu controle, é triste.
Meu estágio inicial é bater o pé, mas até aí tudo bem, todo mundo faz isso. No estágio intermediário já começa a complicar. Começo a bater com as mãos na perna e na mochila, mexo levemente o pescoço e os lábios, não sai voz, mas dentro da minha cabeça já estou cantando. Os mais fofoqueiros dentro do grande buso a essa altura já começam a te manjar. Mal sabem eles que ainda não viram nada. Estágio avançado: fecho os olhos (pra assistir ao show, saca?), solto a voz e mexo os braços, pernas, ombros. Lá se vai o controle.
Eu me pego dançando, começa sem eu nem perceber. Mas aí que vem o mais interessante!, mesmo depois que eu me percebo nessa situação, também não paro. De alguma forma estranha eu penso "to pagando um mico aqui, mas vale a pena". Não vou abandonar o show do Michael (dentro da minha cabeça) só porque tem gente olhando e torcendo o nariz. Dane-se eles! Gente triste e sem imaginação. Se eles estivessem ouvindo e "assistindo" o mesmo que eu, me dariam razão!
Se passou um ano. No dia 25 de Junho de 2009 a rede mundial de computadores ficou lenta pela sobrecarga de acessos. Pessoas atrás de informações confiáveis em torno da morte do Rei do Pop. Sucesso absoluto depois de morto, o cara foi 1000 vezes mais famoso enquanto vivo. Ser um superstar não era parte de sua vida, mas a totalidade dela. Talvez por isso tenha tido lá seu grau de loucura.
Bem, sou fã, de ler biografia e ter toda a discografia. Por isso vai aí a homenagem ao cara mais sinistro que já entrou num estúdio de gravação ou subiu num palco. O inventor da música pop. O top do pop.