Quando a mulher fica grávida, todo mundo quer saber se vai ser menino ou menina né? Normal. Depois que as pessoas descobrem o sexo do bebê, lá pelo 4º mês (chutei!), a grande curiosidade é saber qual será o nome da criança! Em algumas famílias isso dá briga e tudo. Essas são as duas grandes notícias em torno da gravidez, mas há também uma grande mobilização após o nascimento: saber com quem o bebê é parecido, com pai ou com a mãe.
Eu acho isso maior historinha porque só há uma coisa com que recém-nascidos parecem de fato: joelho (não é o salgado não, é aquele em cima da canela mesmo) E não é qualquer joelho não. Bebês com dias de vida parecem um joelho de um velho de 79 anos de idade. É um negócio horrível e quem chega em frente ao nenenzinho e fala que é lindo, ta sendo educado ou sacana. Legal são os eufemistas que dizem "ele é uma graça". Sacou? Saiu pela tangente.
Mas fatalmente a carinha da criança começa a desinchar e desenrugar e os traços começam a se revelar. Aí começam as opiniões "É a cara da mãe" ou "tem os olhos do pai". "Olha a boca, igualzinha da vó dele!". "Emburrado que nem o tio" e etycéteraz! O engraçado é que todo mundo quer ter material genético estampado na cara do pequeno cidadão (devidamente registrado), principalmente o papai e a mamãe. A disputa é acirrada!
Quando eu era pequeno escutava bastante que era a cara da minha mãe. Não gostava porque eu, com 8, 10 anos sei lá, achava que de uma forma estranha eu parecia uma mulher. Odiava que as pessoas me dissessem isso. Só não gostava menos do que quando minha própria mãe dizia que meu pé parecia da minha vó! (ela diz isso até hj!) Tem coisa pior pra se falar pra uma criança? "Você tem o pé da sua vó"?
Eu cheguei numa idade, porém, que as pessoas começaram a falar que eu era a cara do meu pai, e o tempo foi passando e as pessoas cada vez falavam isso mostrando maior espanto. E meu pai conhece muita gente em muitos lugares diferentes o que me faz passar não poucas vezes pela situação "Você é filho do Marcos Amaral não é?" Aí eu faço uma carinha de artista famoso descoberto por um fã e digo "Sou...". "Meu Deus, você é a cara dele" - meu incoveniente amigo retruca. De modo que eu não posso fazer nada a não ser atacar com o clichê: "É... todo mundo diz isso."
Minha namorada é linda demais e nossos filhos se Deus quiser parecerão com ela. Isso não impede, lógico, de serem simpáticos, criativos, espontâneos, inteligentes, corajosos, habilidosos, musicais e humildes como o pai né? Mas quero muito que eles não sejam parecidos comigo, pelo menos não tanto como eu sou com o meu pai, é muito chato isso. Parece que rouba um pouco da minha personalidade, sem exagero nem frescura, parece sim (ta bom vai, um pouco de frescura).
Depois eu deixo o black power crescer e alguns reclamam. Esse é um dos motivos, tentar tirar a atenção da cara! Porque no final das contas não há como negar, eu sou a cara do coroa...
quarta-feira, 17 de março de 2010
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4 comentários:
Que é a cara dele é, inegável. Agora, teu pé é igualzinho o da tua avó mesmo! haha. Nunca vi o da sua avó, mas aposto que é.
olha o REV....o msm sorriso maroto...rsrsrs...alguém nessa época já imagina oq ele seria?ou ele já era pastor?
Nessa foto o rev tá a cara do Silas!
Quero deixar registrado aqui o meu protesto: nem todas as crianças recém-nascidas têm cara de joelho! As minhas filhas são as coisas mais lindas do mundo!! Mas pra ilustrar esse momento, quero compartilhar a fábula da coruja:
Conta uma fábula portuguesa que a coruja encontrou a águia, e disse-lhe:
– Ó águia, se vires uns passarinhos muito lindos em um ninho, com uns biquinhos muito bem feitos, olha lá não os coma, que são os meus filhos!
A águia prometeu-lhe que não os comeria; foi voando e encontrou numa árvore um ninho, e comeu todos filhotes. Quando a coruja chegou e viu que lhe tinham comido os filhos, foi ter com a águia, muito aflita:
– O águia, tu foste-me falsa, porque prometeste que não me comias meus filhinhos, e mataste-nos todos!
Diz a águia:
– Eu encontrei uns pássaros pequenos num ninho, todos depenados, sem bico, e com os olhos tapados, e comi-os; e como tu me disseste que os teus filhos eram muito lindos e tinham os biquinhos bem feitos entendi que não eram esses.
– Pois eram esses mesmos, disse a coruja.
– Pois então queixa-te de ti, que é que me enganaste com a tua cegueira.
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